João Barreto Jr.

O Espírito Santo é uma das pessoas da Trindade, ou seja, Ele é Deus. O Espírito Santo é a parte de Deus que age diretamente no mundo e na vida do crente. Ele não apenas uma força ou um poder. Jesus disse que Ele é uma pessoa quando o chamou de nosso Conselheiro, algo que só uma pessoa pode ser (João 14:16 e 17). A Bíblia fala que Ele tem todas as caraterísticas de uma pessoa, como veremos logo mais abaixo, porém julgo ser necessário, primeiramente, um esclarecimento sobre o termo "cheio do Espírito".
Há no grego duas palavras traduzidas por cheio. Quando cheio é traduzido de pleiros, está se referindo a uma ação de dentro para fora e fala de algo completo, em oposição a vazio. Está relacionada ao fruto do Espírito, ao caráter cristão, ao poder do testemunho, ao se e não ao fazer (Lucas 4:1; Atos 6:5; 7:55; 11:24). Já, quando cheio é traduzido de pimpleimi, está se referindo a uma ação de fora para dentro, a um derramamento, não estava, mas agora está. Traduz a ideia de ser completado e está relacionado com o fazer e não com o ser (Lucas 1:15; Atos 4:8; 9:17). No primeiro caso está se referindo a um transbordamento e no segundo a um derramamento.
O Espírito Santo é uma pessoa, Ele é inteligente ( Coríntios 2:10 e 11), tem emoções (Efésios 4:30), tem vontade (1Coríntios 12:11), ensina (João 14:26), guia (Romanos 8:14), dá ordens a homens (Atos 8:29), age no homem (Gênesis 6:3) e fala (João 15:26; 2 Pedro 1:21).
Onisciência (1 Coríntios 2:10 e 11), onipresença (Salmo 139:7), onipotência (Gênesis 1:2) são características do espírito Santo pelo fato dele ser Deus, assim como verdade (1 João 5:6), santidade (Lucas 11:13) e sabedoria (Isaías 40:13).
Tipos do Espírito
Vestimenta (Lc 24.49), pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32), fogo (At 2.3), óleo (Lc 4.18; At 10.38; 2Co 1.21; 1Jo 2.20), selo (2Co 1.22; Ef 1.13; 4.30), água (Jo 4.14; 7.38,39) e vento (Jo 3.8; At 2.1,2).
O Fruto do Espírito – Gálatas 5:20 e 23
O fruto do Espírito está relacionado com o pleiros, pois é nada mais nada menos que a manifestação do caráter de Cristo na vida do cristão, é ele que mostra quem realmente somos depois de termos experimentado o novo nascimento; porém o fruto só se manifesta em nossa vida na medida que deixamos o Espírito Santo, que habita em nós, gerenciar nossa vida. Podemos dividir o Fruto do Espírito em três grupos:
1. Nosso relacionamento com Deus.
a) Amor – como já vimos, o amor de Deus foi derramado em nossos corações no momento em que nascemos de novo; agora estamos aptos a corresponder a esse amor – 1 João 4:19.
b) Alegria – pelo fato de estarmos experimentando a salvação de Deus – Salmo 51:12 e Isaias 12:3.
c) Paz – pela certeza que já fomos justificados por Deus mediante a fé em Jesus Cristo – Romanos 5:1.
“Amor, alegria e paz permeiam um cristão cheio do Espírito. Na verdade, podemos dizer que estas são suas características principais e permanentes. Tudo o que ele faz é concebido com amor, iniciado com alegria e executado com paz” – John Stott.
2. Nosso relacionamento com o próximo.
a) Longanimidade – paciência que suporta as debilidades humanas sem desejo de vingar-se – Efésios 4:1 e 2.
b) Benignidade – ternura, gentileza que vai além da tolerância de não desejar o mal para ninguém, mas de desejar o bem a todos – Efésios 4:32.
c) Bondade – iniciativa de servir ao próximo de maneira construtiva – Efésios 5:9.
Podemos perceber nestes três aspectos do Fruto do Espírito três níveis ascendentes em nossas atitudes para com o próximo. Seria o aperfeiçoamento do amor nas relações humanas.
3. Nosso relacionamento conosco mesmo.
a) Fidelidade – confiabilidade que leva outras pessoas a confiar em nós; qualidade de quem sempre cumpre suas promessas e termina o que começa – 1 Timóteo 1:12.
b) Mansidão – qualidade de pessoas fortes e dinâmicas que mantém a força e energia sob controle – 2 Timóteo 2:25.
c) Domínio Próprio – senhorio sobre a língua, os pensamentos e as paixões – Provérbios 25:28.
O Fruto do Espírito é a expressão da vida de Cristo e deve ser também a expressão do cristão cheio (gr. pleiros) do Espírito. A vida cristã é vida no espírito, não há vida no espírito sem a as expressões do Fruto do Espírito, só assim Jesus será glorificado através das nossas vidas – João 16:13 a 15.
Manifestações do Espírito – 1 Coríntios 12:1 - 7 a 11
Paulo não esta tentando convencer os cristãos de Corinto a acreditarem na existência dos dons, uma vez que todos os dons se manifestavam no meio deles (1 Coríntios 1:7), o que ele estava tratando é que ele não deveriam ignorar o funcionamento e o propósito dos dons. As manifestações estão relacionadas com o termo grego pimpleimi.
Tipos de dons.
a) Dons de Revelação
· Palavra de Sabedoria – revelação sobrenatural do plano e propósito de Deus.
· Palavra do Conhecimento – revelação sobrenatural dada pelo Espírito Santo.
· Discernimento de Espírito – percepção espiritual.
b) Dons de Poder
· Dom da Fé – è um complemento entre o nível de nossa própria fé e aquele necessário para que o milagre ocorra.
· Operação de Milagres – intervenção divina no curso da natureza.
· Dons de Curar – Cura sobrenatural de doenças.
c) Dons de Inspiração
· Profecia – Falar sobrenatural em língua conhecida.
· Variedade de Línguas – Falar sobrenatural em língua desconhecida.
· Interpretação de Línguas – Dá o significado de uma mensagem em línguas.
Devemos buscar os dons – 1 Coríntios 12:31; 14:1; 14:12 e 13
Em Mateus 5:13 a 16 Jesus declara que somos sal e luz. O sal influencia (o ser) e a luz revela as obras (o fazer). Devemos ser cheios do Espírito em todos os aspectos, tanto no caráter quanto nas obras e assim manifestar o Senhorio de Cristo neste Mundo.